(ALBERT EINSTEIN 2018) A medicina no sobreviver ao velho mtodo do mdico de famlia, mas ter que se adaptar. A afirmao do desembargador do Tribunal de Justia do Distrito Federal e Territrios (TJDFT), Diaulas Costa Ribeiro, proferida durante a mesa-redonda Panorama atual das mdias sociais e aplicativos na medicina contempornea. Para ele, as novas tecnologias trazem desafi os que precisam ser colocados em perspectiva para garantir a tica e o sigilo. Possivelmente vamos chegar a uma medicina sem gosto, distanciada, mas que tambm funciona. Talvez este no seja o fim, mas um recomeo, ponderou Ribeiro. Segundo ele, antes de gerar um novo modelo de atendimento mdico, o dr. Google termo que utilizou para indicar as buscas por informaes mdicas na internet gerou um novo tipo de paciente, que passou a conhecer mais sobre as doenas e, por isso, exige um novo relacionamento com seu mdico. O desembargador ainda reforou a necessidade de se rediscutir questes como o uso da internet nessa relao mdico-paciente e a segurana do sigilo mdico neste cenrio. Precisamos refletir sobre algumas questes importantes. Quem guardar o sigilo? Ou no haver sigilo? O sigilo mdico ser mantido ou valer o direito pblico informao? Os conflitos sero reinventados ou sero os mesmos? A soluo para os problemas ser a de sempre?, indagou. tica Na perspectiva do mdico legista e professor da Universidade de Braslia (UnB), Malthus Galvo, embora acredite que algumas mudanas sero inevitveis e necessrias, preciso defender os princpios fundamentais institudos pelo Cdigo de tica mdica (CEM). As novas mdias devem ser entendidas como um sistema de interao social, de compartilhamento e criao colaborativa de informao nos mais diversos formatos e no podemos perder essa oportunidade, destacou. Ele lembra, por exemplo, que desde a Resoluo CFM 1.643/2002, que define e disciplina a prestao de servios atravs da telemedicina, alguns avanos colaborativos j foram possveis. Galvo apresentou ainda preceitos da Resoluo CFM 1.974/2011 e tambm da Lei do Ato Mdico (12.842/2013), chamando a ateno para alguns cuidados que o mdico deve ter ao divulgar contedo de forma sensacionalista. Segundo o CEM, vedada a divulgao de informao sobre assunto mdico de forma sensacionalista, promocional ou de contedo inverdico. A internet deve ser usada como um instrumento de promoo da sade e orientao populao, reforou. Editorial do Jornal Medicina Publicao oficial do Conselho Federal de Medicina (CFM). Braslia, jul. 2017, p. 7. No primeiro pargrafo do editorial do CFM, as aspas so empregadas, respectivamente, para demarcar
(ALBERT EINSTEIN - 2017) Violncia sade Mauro Gomes Aranha de Lima Jornal do Cremesp, agosto de 2016 O aumento da violncia contra mdicos e enfermeiros finalmente passou a ser encarado como questo de Estado. Graas s denncias do Cremesp [Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo] e do Coren-SP [Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo], a Secretaria de Segurana Pblica de So Paulo (SSP-SP) mantm agora um grupo de trabalho que se debrua na busca de solues para o problema. Em recente reunio, o secretrio adjunto da SSP-SP, Srgio Sobrane, comprometeu-se a tomar providncias. A Secretaria de Sade (SES-SP) tambm participou dos debates que culminaram com proposta do Cremesp e do Coren de um protocolo para orientar profissionais da Sade a lidar com situaes em que o usurio/familiar se mostre agressivo ou ameaador. Simultaneamente, a SSP-SP preparar um piloto de interveno baseado em registros de ameaas ou de truculncia na Capital. Se bem sucedido, ser multiplicado ao restante do Estado. So medidas oportunas e as levaremos em frente. Contudo, tal empenho no ser o bastante. A violncia emerge de razes profundas: governos negligenciam a sade dos cidados, motivo pelo qual a rede pblica padece de graves problemas no acesso ou continuidade da ateno; hospitais sucateados e sob o contingenciamento de leitos e servios; postos de sade e Estratgia Sade da Famlia com equipes incompletas para a efetivao de metas integrativas biopsicossociais. O brasileiro contribuinte assduo e pontual, arca com uma das mais altas tributaes do mundo, e, em demandas por sade, o que recebe o caos e a indiferena. Resignam-se, muitos. Todavia, h os que no suportam a indignidade. Sentem-se humilhados. Reagem, exaltam-se. Eis que chegamos ao extremo. Em pesquisa encomendada pelo Cremesp, em 2015, com amostra de 617mdicos, 64% tomaram conhecimento ou foram vtimas de violncia. Ouvimos tambm os pacientes: 41%dos entrevistados atriburam a razo das agresses a problemas como demora para serem atendidos, estresse, muitos pacientes para poucos mdicos, consultas rpidas e superficiais. Ser mdico condio e escolha. Escolhemos a compreenso cientfica do mecanismo humano, revertida em benefcio do ser que sofre. Vocao, chamado, desafio, e o apelo da dor em outrem, a nos exigirem flego, serenidade e dedicao. Estamos todos, mdicos e pacientes, em situao. H que se cultivar entre ns uma cultura de paz. E um compromisso mtuo de tarefas mnimas. Aos pacientes, cabe-lhes o cultivo de uma percepo mais refletida de que, em meio precariedade posta por governos cnicos, o Estado no o mdico. Este apenas o servidor visvel, por detrs do qual est aquele que se omite. Aos mdicos, a compreenso de que os pacientes, alm de suas enfermidades, sofrem injustias e agravos sociais. A tolerncia no exatamente um dom, uma graa, ou natural pendor. esforo deliberado, marco estrutural do processo civilizador. Tarefas e esforos compartilhados: a soluo da violncia est mais dentro do que fora de ns. In: Jornal do Cremesp. rgo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. N 339, agosto 2016. [Adaptado] Ao longo do texto, esto evidenciados elementos de coeso textual. Assinale a alternativa que apresenta a relao de sentido por eles estabelecida, de acordo com a ordem em que se apresentam.
(ALBERT EINSTEIN - 2017) Violncia sade Mauro Gomes Aranha de Lima Jornal do Cremesp, agosto de 2016 O aumento da violncia contra mdicos e enfermeiros finalmente passou a ser encarado como questo de Estado. Graas s denncias do Cremesp [Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo] e do Coren-SP [Conselho Regional de Enfermagem de So Paulo], a Secretaria de Segurana Pblica de So Paulo (SSP-SP) mantm agora um grupo de trabalho que se debrua na busca de solues para o problema. Em recente reunio, o secretrio adjunto da SSP-SP, Srgio Sobrane, comprometeu-se a tomar providncias. A Secretaria de Sade (SES-SP) tambm participou dos debates que culminaram com proposta do Cremesp e do Coren de um protocolo para orientar profissionais da Sade a lidar com situaes em que o usurio/familiar se mostre agressivo ou ameaador. Simultaneamente, a SSP-SP preparar um piloto de interveno baseado em registros de ameaas ou de truculncia na Capital. Se bem sucedido, ser multiplicado ao restante do Estado. So medidas oportunas e as levaremos em frente. Contudo, tal empenho no ser o bastante. A violncia emerge de razes profundas: governos negligenciam a sade dos cidados, motivo pelo qual a rede pblica padece de graves problemas no acesso ou continuidade da ateno; hospitais sucateados e sob o contingenciamento de leitos e servios; postos de sade e Estratgia Sade da Famlia com equipes incompletas para a efetivao de metas integrativas biopsicossociais. O brasileiro contribuinte assduo e pontual, arca com uma das mais altas tributaes do mundo, e, em demandas por sade, o que recebe o caos e a indiferena. Resignam-se, muitos. Todavia, h os que no suportam a indignidade. Sentem-se humilhados. Reagem, exaltam-se. Eis que chegamos ao extremo. Em pesquisa encomendada pelo Cremesp, em 2015, com amostra de 617mdicos, 64% tomaram conhecimento ou foram vtimas de violncia. Ouvimos tambm os pacientes: 41%dos entrevistados atriburam a razo das agresses a problemas como demora para serem atendidos, estresse, muitos pacientes para poucos mdicos, consultas rpidas e superficiais. Ser mdico condio e escolha. Escolhemos a compreenso cientfica do mecanismo humano, revertida em benefcio do ser que sofre. Vocao, chamado, desafio, e o apelo da dor em outrem, a nos exigirem flego, serenidade e dedicao. Estamos todos, mdicos e pacientes, em situao. H que se cultivar entre ns uma cultura de paz. E um compromisso mtuo de tarefas mnimas. Aos pacientes, cabe-lhes o cultivo de uma percepo mais refletida de que, em meio precariedade posta por governos cnicos, o Estado no o mdico. Este apenas o servidor visvel, por detrs do qual est aquele que se omite. Aos mdicos, a compreenso de que os pacientes, alm de suas enfermidades, sofrem injustias e agravos sociais. A tolerncia no exatamente um dom, uma graa, ou natural pendor. esforo deliberado, marco estrutural do processo civilizador. Tarefas e esforos compartilhados: a soluo da violncia est mais dentro do que fora de ns. In: Jornal do Cremesp. rgo Oficial do Conselho Regional de Medicina do Estado de So Paulo. N 339, agosto 2016. [Adaptado] Como texto argumentativo que , o editorial Violncia Sade tem como tese
(Fac. Albert Einstein - Medicin 2016) Trecho A Todavia, importa dizer que este livro é escrito com pachorra, com a pachorra de um homem já desafrontado da brevidade do século, obra supinamente filosófica, de uma filosofia desigual, agora austera, logo brincalhona, coisa que não edifica nem destrói, não inflama nem regela, e é todavia mais do que passatempo e menos do que apostolado. Trecho B Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem. Os trechos acima, do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, apresentam, ambos, dominantemente linguagem de idêntica função, ou seja,
(ALBERT EINSTEIN - 2016) O valor da vida Hermann A.V. von Tiesenhausen Diretor executivo do jornal Medicina A mistansia um termo pouco utilizado nas conversas do dia a dia, mas, que, infelizmente, no est to distante de nossa realidade. A imprensa registra, sem filtros, o drama de milhares de pacientes e profissionais nos postos de sade, hospitais e prontos-socorros e traduz a dura proximidade com a expresso. O significado de mistansia remete omisso de socorro, negligncia. Ela representa a morte miservel, antes da hora. conhecida como a eutansia social. No Brasil, seu flagelo atinge, sobretudo, os mais carentes, que dependem exclusivamente do Estado quando o corpo padece. Um exemplo do que a mistansia pode causar apareceu em srie de reportagens exibida pelo Jornal Nacional (Rede Globo), em janeiro, que dissecou o drama dos pacientes com cncer no pas. A falta de tudo torna a larga espera pelo atendimento um duro calvrio e, em meio ao desespero, centros de excelncia, como o Instituto Nacional do Cncer (Inca), no Rio de Janeiro, minguam a cu aberto. A falncia do sistema pblico de sade no s um fenmeno administrativo ou contbil. Quem dera o fosse. Assim, seria mais fcil suport-la, pois contas se arrumam. A questo que o desequilbrio causado por uma gesto feita de pessoas perdidas em meio ao tiroteio entrou em nossas casas pela porta da frente. A situao grave, contornada com paliativos, ceifa vidas, inclusive de crianas e jovens, impedidos de receber aquilo que a Constituio lhes garante como direito cidado: o acesso universal, integral, gratuito e com equidade a servios de sade de qualidade. Nesta edio do jornal Medicina, apresentamos nmeros do valor da vida e da sade de cada brasileiro para o setor pblico. A mdia nacional no supera os R$4,00ao dia, ou seja, quase nada se comparado a outros pases com modelos assistenciais semelhantes. Essa conta acentua a tragdia da morte anunciada em corredores e filas de espera e suscita um questionamento importante, pois os dados evidenciam que, apesar do pouco destinado, o mau uso dos recursos que esto disponveis que aprofunda a crise. O Brasil est diante de um dilema. hora de rever caminhos, adotar novas posturas, corrigir falhas para no sentenciar a populao doena e tirar do estado de coma em que se encontra o Sistema nico de Sade (SUS), uma das maiores polticas sociais do mundo e balizador de todo modelo de ateno no Pas. Jornal Medicina Publicao oficial do Conselho Federal de Medicina. Janeiro 2016. Por se tratar de editorial, o texto